Indesejável para os homens, a queda de cabelo pode ser desesperadora para as mulheres. Inúmeras consultas dermatológicas são motivadas por essa queixa. Mas para entender o que leva a esta condição, é necessário saber um pouco sobre o ciclo capilar:
O tempo de vida de um fio é de aproximadamente 4 anos. Após esse período, ele cai, dando lugar a um novo. São 3 as fases por que passam os fios de cabelo: crescimento, repouso e queda. A fase de crescimento dura aproximadamente 4 anos e cerca de 90% dos fios se encontram nesse estágio, 1% estão na fase de repouso e cerca de 10% na fase de queda, que dura entre 2 a 3 meses, normalmente. A maior parte da queda deve-se ao ciclo natural do cabelo e perder 50 a 100 fios por dia é considerado normal.
Por que, afinal, o cabelo cai? Além da herança genética e doenças específicas do couro cabeludo, como a dermatite seborréica (caspa), outros fatores podem desencadear o problema. Caso não haja predisposição genética e a queda seja contínua, devemos procurar pelas causas internas e externas.
A seguir, algumas situações que podem levar à queda de cabelo:
Eflúvio telógeno - em determinadas épocas, a fase de queda normal do cabelo pode coincidir entre grande número de fios, dando a falsa impressão de queda patológica. Esta condição é temporária e comum.
Uso inapropriado de produtos cosméticos - pode levar a queda por uma hipersensibilidade ao produto (mesmo de boa qualidade), pelo uso muito freqüente ou prolongado (por exemplo, deixar a tintura mais do que o tempo recomendado). Escovas freqüentes não são recomendadas, assim como processos de alisamento.
Fator hereditário - chamada de alopécia androgenética, é a causa mais comum de queda de cabelos em homens, mas pode ocorrer em mulheres.
Alopécia areata - é um tipo bem característico de queda, onde áreas bem definidas de queda têm cerca de 2 cm de diâmetro. A causa nem sempre é conhecida (stress pode estar implicado) e geralmente reverte-se espontaneamente.
Gripe, febre alta, infecções - a queda de cabelo geralmente ocorre 3 a 4 semanas após os eventos.
Pós-parto e uso de anovulatórios orais (pílulas) - é comum que mais fios entrem na fase de queda no pós-parto ou após cessar o uso da pílula e esta situação pode durar até 6 meses.
Cirurgia - é comum cair mais fios 1 a 6 meses após alguma cirurgia, como lipoaspiração, por exemplo.
Tireoideopatias - tanto hipotireoidismo quanto hipertireoidismo podem cursar com queda de cabelo. O tratamento do problema da tireóide leva à melhora do quadro capilar.
Dieta inapropriada - dietas para emagrecimento devem ser individualizadas e bem equilibradas, caso contrário, podem ocasionar queda significativa de cabelo. Os problemas mais comuns relacionados à dieta e queda de cabelo são falta de proteínas e de ferro.
Tricotilomania - algumas pessoas puxam fios de cabelo sem perceber. Ajuda psicológica pode ser necessária nestes casos.
Seja qual for a situação, é necessária a ajuda do dermatologista para identificar qual é a causa da queda e assim poder indicar o método ou a combinação de métodos terapêuticos apropriados para cada caso.
Dra. Cristina Salaro é médica dermatologista pós-graduada pela Harvard Medical School.
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